| 
					 | » História e Estalão | 
| 
					 | » History and Standard | 
| 
					 | » Histoire et Norme | 
			História
			
			NA origem do cão de Castro 
			Laboreiro, perde-se na memória dos tempos, considerando-se uma das 
			raças mais antigas da Península Ibérica. 
			Pensa-se que, tal como os seus parentes, Cão da Serra da Estrela e 
			Rafeiro do Alentejo, teria descendido do Dogue do Tibete que, dos 
			Himalaias irradiou para todo o mundo, acompanhando as deslocações 
			populacionais que ocorreram ao longo dos tempos e teria dado origem 
			aos molossos e cães tipo montanha.
			
			O solar desta raça situa-se na região que lhe deu o nome - Castro 
			Laboreiro, situada no Noroeste Peninsular, que compreende a serra da 
			Peneda e o planalto de Castro Laboreiro, a ajuizar pelos testemunhos 
			orais e até alguns escritos, a sua distribuição, no passado, poderia 
			ter chegado até a zona da Serra do Soajo, mas não se deve confundir 
			esta raça com o sabujo que existiu nesta mesma região do Soajo. Com 
			o evoluir dos tempos, a sua distribuição ficou circunscrita à 
			freguesia de Castro Laboreiro, uma área muito fechada e com poucas 
			influências externas, podendo assim manter as suas características 
			únicas. A partir dos anos 60, a forte emigração que afectou toda 
			esta região e a melhoria das vias de comunicação originaram a 
			entrada de novas raças como o Cão Pastor Alemão entre outras, que 
			levaram a uma degeneração da raça devido aos cruzamentos efectuados. 
			Também o abandono da actividade pecuária levou á à grande diminuição 
			do efectivo desta raça que ficou à beira da extinção. Mas a acção 
			determinada do padre Aníbal Rodrigues, Pároco local, e o apoio de 
			alguns habitantes locais foram mantendo alguns núcleos, não 
			permitindo o seu desaparecimento. Também se verificou a manutenção 
			de alguns núcleos fora do seu Solar, principalmente na região de 
			Lisboa, que encontram a sua preponderância na formação do Clube do 
			Cão de Castro Laboreiro. 
			
			A realização do concurso tradicional anual que se vem realizando 
			ininterruptamente desde 1954, com o apoio do C.P.C., no dia 15 de 
			Agosto, em Castro Laboreiro também tem contribuído para a sua 
			salvaguarda. De destacar ainda que este concurso anual, segundo 
			dados descobertos recentemente, já se realiza desde a 2ª década do 
			Século vinte, o que o coloca na categoria dos concursos caninos mais 
			antigos do país.
			
			A região de Castro Laboreiro situa-se a uma altitude média de 1000m, 
			é propicia a pastorícia extensiva, que desde sempre constituiu a 
			riqueza desta região, com rebanhos de Bovinos, Caprinos e Ovinos. 
			Mas nesta região também existem os predadores, cujo seu digno 
			representante é o Lobo Ibérico. Por isso os pastores sempre 
			necessitaram de meios de defesa e o principal sempre foi o cão de 
			Castro Laboreiro. Este guarda de rebanhos por excelência, sempre 
			pronto a defender o seu quinhão e enfrentando valentemente o lobo 
			sem qualquer receio, é um guardião fiel e dedicado. Fica sempre 
			junto do rebanho, mesmo quando o pastor está ausente a realizar 
			outras tarefas. 
			
			Está muito adaptado ao clima rigoroso da região e mesmo à noite 
			quando o rebanho dorme, o nosso guardião está alerta e de guarda à 
			sua propriedade.
			Carácter
			
			È uma raça que apresenta um carácter forte e independente, muito 
			amigo do seu dono e das pessoas que convivem com ele, incluindo 
			crianças. Está sempre pronto para a brincadeira, se para isso lhe 
			derem alento. No caso de pessoas estranhas não dá qualquer 
			confiança, mesmo na presença do dono. 
			
			Na situação em que o dono não está, não deixa qualquer pessoa entrar 
			no seu território, como acontece quando está com o rebanho, não 
			deixando ninguém aproximar-se. Com o seu carácter forte e dominante, 
			necessita de uma grande disciplina deste pequeno. Normalmente, sendo 
			macho, não aceita de bom grado a presença de outros machos no seu 
			território. 
			
			Quando sai em passeio não costuma ser brigão, mas se for provocado, 
			defende-se agressivamente, podendo ir até as últimas consequências. 
			As fêmeas normalmente também apresentam um carácter dominante mas 
			são mais tolerantes para outras fêmeas. 
			Apresenta bons resultados a nível de ensino, nas suas várias 
			vertentes, como se pode verificar pela sua utilização pelos 
			Fuzileiros e P.S.P. Também se tem utilizado para a caça grossa, em 
			matilhas em conjunto com outras raças, principalmente para javali e 
			com excelentes resultados. 
			
			Não é uma raça que ladre muito mas está sempre alerta, normalmente 
			só o faz quando alguma coisa não está bem e apresenta um ladrar 
			característico e único, muito alto, começando com sons graves 
			terminando com sons agudos prolongados, tipo uivantes.
			
			
			
			Estalão/Morfologia
			
			Aspecto Geral
			
			Cão tendendo para o rectilíneo, lupoide tipo amastinado, é das 
			poucas raças europeias de montanha, que apresenta esta 
			característica, pensa-se que pertence a um pequeno grupo de raças 
			mais polivalentes que eram utilizadas tanto para guarda como para 
			caça. Animal vigoroso, de agradável conjunto morfológico e algumas 
			vezes de vistosa pelagem. Desembaraçado de andamentos, ágil e 
			nervoso. Apresenta um ladrar característico, muito alto, começando 
			de tons variáveis, mas em geral graves e terminando em agudos 
			prolongados como que uivantes.
			
			Cabeça
			
			Regular de tamanho, denotando leveza e não empastamento; seca, sem 
			ser descarnada; bem guarnecida de tegumento, mas sem rugas; maxilas 
			potentes e bem cerradas; comprida e aproximando-se do tipo 
			rectilíneo e bem inserida.
			
			Região craniana
			
			-Crânio: Regularmente desenvolvido e ligeiramente saliente; sulco 
			frontal quase nulo; perfil aproximando-se do rectilíneo; crista 
			occipital pouco pronunciada.
			-Chanfradura nasal (stop): Apresenta um stop pouco acentuado, a 
			maior distancia do vértice do que da ponta do focinho.
			
			Região Facial
			
			-Nariz: Bem desenvolvido, grande, direito, com narinas bem abertas e 
			sempre preto.
			-Chanfro: Comprido, forte, direito em toda a sua extensão, 
			adelgaçando gradualmente para a ponta do focinho, mas sem ser 
			estreito nem pontiagudo.
			-Boca: Bem fendida, de beiços regulares, não pendentes, nada 
			carnudos, ajustando-se bem e de comissuras pouco aparentes. Mucosa 
			boca, céu da boca e bordos labiais fortemente pigmentados de preto.
			-Dentes: Inteiros, brancos, fortes, adaptando-se bem e bem 
			implantados em maxilas poderosamente musculadas.
			-Olhos: Oblíquos á superfície da órbita, amigdaliformes, médios no 
			tamanho, perfeitamente iguais e bem abertos; de expressão severa e 
			rude; castanhos, em várias tonalidades, desde o claro nas pelagens 
			mais abertas, até ao castanho escuro, quase preto, nas pelagens mais 
			carregadas. 
			-Orelhas: Regulares, tem 12 cm de comprimento por 12 cm de largura, 
			pouco espessas e de forma triangular e arredondadas na ponta; 
			pendentes, de inserção um pouco acima da média, caindo naturalmente 
			e paralelamente, de um e outro lado da cabeça, como que placadas. 
			Quando o animal está atento, a orelha volta-se para diante, ficando 
			a face externa em posição anterior. 
			
			Pescoço
			
			Direito, bem constituído, curto, de grossura proporcional, bem 
			ligado ao tronco e de uma boa inserção cefálica, o que faculta à 
			cabeça um altivo porte e sem barbela.
			
			Tronco
			
			-Linha superior: Com o dorso horizontal de comprimento regular; 
			região lombar forte, larga, curta e bem musculada, ligando-se de uma 
			forma harmoniosa com a garupa, que se lhe segue a constituir um 
			plano de suave inclinação.
			-Peito: Em ogiva, alto. Largo e regularmente profundo.
			-Linha Inferior: Ventre nada volumoso e até ligeiramente retraído, 
			mostrando sensível diferença de nível entre as regiões xifoidêa e 
			púbica, o que dá uma linha inferior de apreciável inclinação do 
			esterno às virilhas.
			-Cauda: apresenta-se inteira, descendo até ao curvilhão, quando o 
			animal está sossegado. Troço caudal longo e grosso na base, muito 
			encabelado por baixo. Cauda em falange, de airoso porte, seguindo-se 
			à garupa segundo uma bela linha de inserção, mais alta do que a 
			média, e caída naturalmente entre as felpudas nádegas, mas 
			destacando-se delas. De ordinário pendente, quando excitado o 
			animal, a cauda ultrapassa a linha do dorso, inclina-se para cima, 
			para diante e um pouco para o lado, mas nunca para baixo em tromba.
			
			Membros anteriores e posteriores
			
			Os aprumos tem que ser correctos nos quatro membros, quando vistos 
			pela frente e por detrás, nos posteriores devem ser ligeiramente 
			acurvilhados, de perfil a correcção deve manter-se nos anteriores.
			
			Têm que apresentar uma ossatura bem desenvolvida e com músculos 
			fortes, sobretudo na zona da coxa e no braço, que devem ser 
			apreciáveis por detrás.
			Antebraços e quartelas um tanto cilindróides. Articulações e ângulos 
			articulares bem desenvolvidos; ângulos de regular abertura sendo o 
			escápulo-umeral quase recto e o tíbio-társico medianamente obtuso; 
			antebraços direitos e diminuindo gradualmente de volume de cima para 
			baixo, até à quartela, que se apresenta nem muito comprida nem 
			dobrada em excesso (não quarteludo)
			Os pés tem que ser proporcionais à corpulência e mais arredondados 
			que compridos, tendendo para o pé felino. Dedos grossos, 
			naturalmente encurvados, sem desvios para fora (espalmados) ou para 
			dentro (enclavinhados)e bem unidos. Palmas grossas e coriáceas; 
			unhas bem nascidas, pretas ou cinzento escuro, lisas, rijas e de 
			gastamento regular.
			Podem apresentar presunhos simples ou duplos.
			
			Andamentos
			
			Movimentos de locomoção rítmicos e fáceis, deslocando-se os membros 
			paralelamente ao plano sagital do corpo.
			O passo normal e às vezes o passo travado, são os que mais utiliza 
			para se deslocar, a não ser que uma causa determinante o leve a 
			mover-se a trote ou a galope. 
			
			Pelagem
			
			O pelo é grosso, rude ao tacto, ligeiramente baço, liso, curto, bem 
			assente em quase toda a superfície do corpo e muito basto; não deve 
			ultrapassar os 5cm de comprimento. Em regra é mais curto e basto na 
			cabeça, orelhas, onde se apresenta fino e macio e nas extremidades, 
			codilhos e curvilhões abaixo; é espesso e longo na cauda, sobretudo 
			por debaixo, dando-lhe uma maior grossura na parte média e também 
			nas nádegas, que são muito cabeludas. 
			Não apresenta pelugem.
			A cor normal é o lobeiro, nas suas tonalidades, claro, comum e 
			escuro, sendo a mais comum actualmente, esta última, sendo também 
			normal o aparecimento, no mesmo indivíduo, destas três tonalidades 
			distribuídas pelo corpo: o lobeiro escuro na cabeça, dorso e 
			espáduas, o lobeiro comum no tórax, garupa e coxas e o lobeiro claro 
			no ventre, terços e bragadas.
			Mas a cor preferida pelos castrejos é a denominada “cor do monte”, 
			que é considerada uma característica étnica, em que o animal 
			apresenta distribuída por todo corpo a cor mogno ou de pinhão.
			
			Altura
			
			55 a 60 cm para os machos e 52 a 57 para as fêmeas, mas como já se 
			verificou, actualmente estas medidas tem que ser revistas, pois 
			grande parte do efectivo existente ultrapassa as mesmas. Já foi 
			solicitada uma tolerância de 5cm para a altura máxima tanto para os 
			machos como para as fêmeas.
			
			Peso 
			Os Machos estão normalmente entre os 30 a 40 Kg e as fêmeas entre os 
			25 a 35 Kg.
			
			Defeitos e Penalizações
			
			-Cabeça: Muito volumosa, ossuda ou carnuda, muito estreita, comprida 
			e pontiaguda.
			-Ventas: De qualquer cor que não seja a preta, que é típica.
			-Maxilas: Prognatismo ou enognatismo.
			-Olhos: Gázeos ou desiguais em tamanho.
			-Orelhas: De Inserção atípica, muito grandes, carnudas e redondas.
			-Surdez: Congénita ou adquirida.
			-Cauda: Em tromba, rudimentar, amputada ou não existente.
			-Pelagem: Malhada ou diferindo muito do tipo racial, albinismo.
			-Corpulência: Gigantismo ou enanismo. 
			Os Machos devem apresentar os dois testículos completamente descidos 
			no escroto.
			
			
			Cuidados Específicos
			
			É uma raça que não necessita de cuidados especiais, pois é muito 
			resistente e rústica, precisando essencialmente de algum espaço e de 
			exercício. Uma escovagem periódica para retirar os pêlos mortos é o 
			suficiente.
			
			
			Vantagens e desvantagens
			
			É um cão perfeito para guardar rebanhos e propriedades. Afectuoso 
			para os donos, calmo e pacífico, ou seja, um excelente companheiro. 
			Aguenta perfeitamente viver ao ar livre, suportando tanto baixas 
			temperaturas como altas. Cão que ladra pouco e em situações 
			especificas. 
			A sua educação tem de ser firme pois apresenta um carácter 
			independente.
			
			
			Classificação
			2º Grupo, SecçãoII: -Molossóides, Tipo Montanha
			
			
			Clube de raça
			Clube do Cão de Castro Laboreiro
			Apartado 76
			2544-909 Bombarral
			Telm-938616010
			Fax-262603288
			
			
 
© 2018 CANIL DO NOROESTE SUEVO - Registo na DGAV: PT1129FL - All Rights Reserved | Design by SITESfIXES